sábado, 28 de novembro de 2009

Os ganchos afiados


Continuam as recensões ao livro biográfico sobre Clarice Lispector escrito por Benjamim Moser. A última é a de Thiago Corrêa no Diário de Pernambuco, de onde retiro, com a devida vénia (como se diz respeitando as boas maneiras) a foto que é de Cláudia Andujar.
«Outro diferencial da biografia é a descoberta da sífilis contraída pela mãe de Clarice, após um estupro sofrido na época dos pogroms, ataques de roubo e violência dirigidos aos judeus no Leste Europeu entre as década de 1910 e 1920. "O avô de Clarice foi assassinado, mas a morte era muito melhor do que passar dez anos morrendo numa cama como aconteceu com a mãe. Isso foi uma experiência muito particular para Clarice"», revela o biógrafo, citado pelo articulista, que é autor desta tocante análise: «Ler Clarice Lispector é cair numa armadilha repleta de ganchos afiados, prontos para se enganchar em seu coração».

sábado, 14 de novembro de 2009

Um jeitão desengonçado

Gregory Rabassa, o melhor dos tradutores do espanhol e do português, ficou embasbacado quando encontrou Clarice Lispector que "parecia Marlene Dietrich e escrevia como Virginia Wolf". Notável modo de exprimir, a propósito da biografia de Clarice Lispector, Why this World, escrita por Benjamin, ou Ben Moser, que «tem 33 anos, alto, simpático, jeitão desengonçado. Fala feito um condenado em seis, sete, não sei quantas línguas, entre elas o inglês (materna), o francês, tão bem quanto o inglês, alemão, holandês, italiano, português, espanhol, hebraico». Tudo o mais que se pode dizer com um requebro da forma e um sentimento na alma, leia-se aqui.