«E dar as rosas era quase tão bonito como as próprias rosas», escreveu Clarice Lispector no seu conto «A Imitação da Rosa». Fui buscá-lo esta noite, talvez pela necessidade de encontrar no pensamento alheio um enunciado do que seja a amabilidade na generosidade de aceitar. Achei-o na sua frase «a uma coisa bonita faltava o gesto de dar». Uma mulher que assim pensa, entrega-se à vida, para que ela lhe esgote o ser. Disse-o: «Através de meus graves erros — que um dia eu talvez os possa mencionar sem me vangloriar deles — é que cheguei a poder amar. Até esta glorificação: eu amo o Nada».