Chegou ontem, graças à gentileza dos meus amigos Abel e Pedro, a fotobiografia de Clarice Lispector. Encontrei aqui, neste blog da Leonor Cordeiro, o modo de tentar sugerir como é, mas é preciso tê-lo nas mãos, esse esplêndido livro, sentir a dolorosa beleza daquela vida, para compreender, sentindo, como tudo se esvai em direcção ao tempo, para que o espaço nos devolva o renascer da vida. Chegou ontem, enfim, e a impossibilidade de lê-lo de imediato, pesa, como se a própria Clarice tivesse aparecido à porta de nossa casa, para a recebermos com um «agora não posso», e com isso o amargo sabor do para nunca mais.